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Fotógrafo guarda a história de Linhares em preto e branco

Luiz Marcelino, 83 anos, registrou os principais acontecimentos da cidade desde 1960
Foto: Zenilton Custódio



















Nos últimos 40 anos, acontecimentos importantes, trágicos, festivos e inusitados marcaram a vida de Linhares. Esse período do município foi eternizado em preto e branco pelas lentes do fotógrafo Luiz Marcelino do Nascimento, um mineiro de 83 anos que até hoje se dedica à profissão. Imagens como as da enchente de 1979, as glórias do futebol linharense e as belezas naturais da terra do cacau podem ser conferidas em um acervo de cerca de 4 mil fotos, que totalizam 20 quilos de muitas histórias.


Marcelino reside no bairro Linhares V. Para encontrar seu endereço é só perguntar onde mora o "Retratista", apelido pelo qual passou a ser identificado. Em outras regiões da cidade, é conhecido como o "fotógrafo do Linhares", menção ao time de futebol que conquistou quatro títulos estaduais na década de 90.


O primeiro contato de Marcelino com a fotografia aconteceu por volta de 1960 quando sua família, que ainda residia no interior do município, na localidade de Palma, adquiriu em Belo Horizonte (MG) uma máquina Flika.


A proposta não era se tornar um profissional de fotografia. Mas, como era o único a ter o equipamento, foi eleito o fotógrafo oficial da comunidade, que o convocava até para fotografar corpos.


Quando se mudou para a área urbana, em 1982, o Retratista já havia comprado uma máquina Olympus Trip 35, com recursos mais sofisticados. A partir daí, seu destino estava traçado, e Linhares ganhava um guardião oficial de memórias, estampadas em fotos que Marcelino guarda como um tesouro.


Entre o fim da década de 80 e a década seguinte, as atenções do fotógrafo foram atraídas para o campo de futebol do Estádio Guilherme Augusto de Carvalho, que não existe mais. As glórias do clube estão eternizadas em detalhes. Suas imagens mostram os times, a torcida, a ansiedade dos jogadores e as comemorações.


Pressão de clientes leva à máquina digital


Fotografando há mais de 40 anos com máquinas de sistema analógico, aos 83 anos de idade Luiz Marcelino do Nascimento está sendo obrigado a assimilar os comandos dos equipamentos digitais.


A necessidade foi imposta por seus clientes. Ele conta que, contratado para produzir as fotos de um casamento, foi dispensado porque sua máquina não era digital. A partir daí, convenceu-se de que não poderia mais adiar o desafio de assimilar uma tecnologia que considerava um verdadeiro bicho-papão.


"Não teve para onde correr", brinca. Hoje, usa uma digital Nikon profissional. Mas afirma: a qualidade das fotos feitas com o sofisticado equipamento, que lhe custou R$ 5 mil, está longe do nível das produzidas com máquinas analógicas.

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