
Uma empresa contratada pela Prefeitura de Linhares para dar destinação adequada ao lixo hospitalar do município foi flagrada pela polícia despejando os dejetos, entre eles sangue e vísceras humanas, no Rio Pequeno, de onde é extraída a água que abastece a população da cidade.
"Ontem, antes do almoço, eu estava trabalhando e senti um mau cheiro. Fui verificar do que se tratava e de me deparei com um caminhão lançando os dejetos no rio", comentou o delegado de Polícia Civil Bruno Taufner Zanotti, que determinou a prisão do motorista, identificado como Damião Cunha Brito, de 40 anos, e do funcionário público municipal José Mega Bombim, de 43 anos, que o ajudava a jogar o material no rio.
A polícia já apurou que os restos humanos despejados no rio teriam sido recolhidos nos depósitos do Departamento Médico Legal (DML). Segundo ele, trata-se de material extraído dos cadáveres submetidos ao processo de necrópsia. O policial não soube informar a quantidade de dejetos que foram parar nas águas do Rio Pequeno, mas afirmou que, segundo testemunhas, esta não foi a primeira vez que o manancial foi utilizado como depósito para descarte desse material.
Os dois homens presos, assim como a empresa, serão responsabilizados pela prática de crime ambiental.
A assessoria de Comunicação da Prefeitura de Linhares informou que, na verdade, a empresa envolvida no episódio atua no serviço de limpeza de fossas. Relatou ainda a assessoria que os dejetos teriam sido despejados no rio porque o caminhão usado no transporte não estaria conseguindo subir uma ladeira devido ao peso da carga.
A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos vai instaurar um inquérito administrativo para apurar a responsabilidade da empresa pelo crime de poluição ambiental, sob pena de rescisão de contrato.
"É importante salientar que se trata de um crime difuso, uma vez que o rio, além de ser ponto de pesca de diversas famílias, é responsável por abastecer o sistema de água potável do município"
Bruno Taufner Zanotti, delegado
Fiscais do Iema vão averiguar situação no local
Fiscais do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) vão a Linhares para averiguar a situação flagrada pela Polícia Civil do município, de lixo hospitalar sendo jogado no Rio Pequeno. O prazo para a execução da operação, entretanto, conforme informou o intituto por meio de assessoria de imprensa, não será revelado para não comprometer a eficiência do trabalho. Também não foi informado que tipo de penalidade pode recair sobre a empresa responsável pelo transporte deste tipo de lixo. O Rio Pequeno fica localizado dentro do perímetro urbano de Linhares e liga o Rio Doce à Lagoa Juparanã. Devido à facilidade de acesso, o manancial é muito procurado por pescadores artesanais, geralmente moradores de baixa renda que encontram no local a oportunidade de garantir alimentação fácil e barata para a família. Além da prisão em flagrante dos envolvidos na ação, um inquérito foi aberto para apurar se a prática ra rotina, como denunciam moradores, como explicou o delegado Bruno Taufner Zanotti.
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